Legal Design: o que é, como funciona e quais as vantagens

Legal Design: o que é, como funciona e quais as vantagens
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Duas tendências que estão mudando a forma de "fazer direito" dentro e fora do Brasil são o Legal Design e o Visual Law.

Estes dois termos chegaram a partir da abordagem do design chamada de Design Thinking, que se preocupa em estabelecer uma metodologia para desenvolvimento de projetos unindo soluções criativas para problemas.

O Design Thinking é uma forma de pensar, o pensamento do design. A primeira aparição registrada do termo foi no livro The Science of Artificial em 1969, mas foram as grandes empresas e designers do Vale do Silício na California que deram a este conjunto de estratégias sua devida notoriedade.

Para designers, esta maneira inovadora de desenvolver os projetos costuma seguir 5 etapas:

  1. Imersão
  2. Análise e Síntese
  3. Ideação
  4. Prototipação e teste
  5. Implementação

Agora que compreendemos a metodologia que serviu de base para o Legal Design, podemos focar na relação especial entre direito e design.

Com as novas gerações novas demandas vêm surgindo no mundo dos negócios, e no direito não seria diferente.

Para além da excelência cobrada no exercer da função, os clientes de hoje e do futuro estão preocupados com a experiência, acessibilidade e o que está por trás do que eles estão adquirindo, seja um serviço ou produto.

Com essa demanda em mãos, Legal Design se preocupa com a funcionalidade e acessibilidade de documentos e processos jurídicos. Desde a estética à linguagem visual e escrita utilizada são pontos importantes e priorizados.

Documentos jurídicos que são planejados pensando no cliente geram mais vendas e satisfação, além de facilitar a comunicação entre as duas partes - quebrando a ideia de que tudo que envolve a advocacia é burocrático.

A implementação do Legal Design nos processos de um escritório ou departamento jurídico aumenta indica aos clientes que as medidas adotadas serão investigadas e oferecerão inovação de maneira personalizada, mais empática.

Nessa busca pela inovação através da tecnologia e design, o Legal Design tem como objetivo:

  1. facilitar o cotidiano do profissional do direito ao facilitar a compreensão de leigos;
  2. otimizar ferramentas e interfaces, tornando-as mais intuitivas e funcionais;
  3. melhorar e agilizar processos, promovendo mudanças a longo prazo.

Existem caminhos diferentes para implementação do Legal Design em sua rotina de advocacia, e mostraremos alguns deles para você.

Porém, antes disso será necessário uma transformação da mentalidade dos envolvidos, o que pode acontecer através de treinamentos e conversas com sua equipe. A colaboração é a chave para a mudança.

As soluções que forem pensadas pelo grupo serão aplicadas em situações como:

  • No atendimento ao cliente;
  • Apresentações para clientes ou entre os colaboradores;
  • Na configuração dos processos;
  • Políticas internas;
  • Na linguagem escrita e oral utilizada;
  • Ferramentas utilizadas para regularização e automatização de atividades jurídicas.

Vale a pena conferir: A Future Law é um exemplo de plataforma que fornece cursos para empresas e departamentos jurídicos sobre questões como Legal Design.

Para implementação do Legal Design na cultura da empresa podem ser procuradas consultorias ou plataformas que fornecem esses serviços de maneira terceirizada, como é o caso da Bits.

Passo 1: Pesquisa e observação

Como já foi dito nesta postagem, o objetivo do Legal Design é personalizar os processos e acabar com a burocracia.

Por isso, o primeiro passo e mais fundamental é reconhecer as necessidades dos seus clientes.

Para realização desta etapa uma conversa com clientes pode ser marcada, mas o envio de formulário de feedback também funciona.

Rever casos antigos e listar erros e acertos ao longo do desenvolvimento deles é outra maneira de estar em contato com o perfil de seus clientes - por mais diferente que sejam.

No caso de departamentos jurídicos de empresas, pode-se analisar o relacionamento do setor jurídico com outros setores da empresa e levantar feedbacks buscando a melhoria dos processos internos.

Passo 2: Brainstorming e criação de diretrizes

Agora que os problemas, erros e acertos foram levantados, bem como o perfil dos clientes é hora de colocar a mão na massa.

Reunir os profissionais responsáveis pela implementação das novas diretrizes e abrir espaço para que ideias sejam levantadas, sem julgamentos.

Isso pode ser feito de maneira presencial com papel e caneta, ou com plataformas como Figma, Miro ou até mesmo Google Jamboard que funcionam como quadros em branco virtuais onde todos podem colaborar escrevendo ou colando imagens e referências.

Além do brainstorming, deverão ser achadas soluções para os problemas encontrados na primeira etapa. As soluções devem ser tangíveis e acompanhadas de um modelo de aplicação que poderá ter seu sucesso mensurado. Para isso você pode querer checar o conceito de metas SMART.

Como escolher os profissionais para participar da criação de diretrizes?

Alguém deve estar responsável pelo projeto e essa pessoa pode ser um gestor de departamento ou um profissional contratado para consultoria. Todos os interessados podem e devem participar, mas a presença de um designer ou alguém com conhecimento de Design Thinking serão um diferencial.

Passo 3: Aplicação do modelo e testagem

Depois de solucionados todos os problemas, um modelo segmentando todos os passos a serem tomados deve ser firmado para testagem.

Esse primeiro modelo será um protótipo e cada passo e atividade deverá ter um responsável pelo seu sucesso.

Delimitar um cronograma para aplicação do modelo de diretrizes e processos é ideal para que uma auditoria seja realizada. Um trimestre ou semestre é um bom tempo para ver como sua empresa se adaptará as estratégias de Legal Design.

Passo 4: Auditoria

Na auditoria dados e feedbacks deverão ser analisados para adaptação do modelo.

Passo: Revisão dos processos e regulação

A etapa final desse ciclo é também a primeira. Depois de feita a auditoria, um modelo novo e adaptado deverá ser colocado em prática com um cronograma para análise futura.

Uma nova cultura empresarial

Como já dissemos, o Legal Design assim como Visual Law são duas novas vertentes do direito que assumirão os maiores escritórios e departamentos nos próximos anos.

A adaptação dos processos para algo mais humano, personalizado e menos burocrático aumenta a satisfação de clientes e facilita o trabalho do advogado.

O Legal Design permite que documentos falem por si próprios e que plataformas jurídicas atraiam as pessoas, ao invés de afastá-las.


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